Os ânimos entre Marcelo Crivella e Wilson Witzel estão mais tranquilos. Nesta quarta (26/06), o prefeito e o governador almoçaram juntos no Palácio Guanabara, em Laranjeiras. Entre muitos assuntos, Witzel falou sobre o modelo de privatização do Sambódromo, a liberação de R$ 6 milhões mensais para os hospitais municipais Albert Schweitzer e Rocha Faria e a intenção de fazer corridas de Fórmula 1 tanto no Rio quanto em São Paulo.
O foco de Witzel mudou de Crivella para João Doria e vice-versa — o governador paulista falou, no dia anterior, que só se chegava a Deodoro, bairro onde será construído o autódromo carioca, a cavalo ou de helicóptero. “Isso é uma ignorância de alguém que olha para o próprio umbigo. Nunca defendi tirar a Fórmula 1 de São Paulo. Acho que pode ter dois prêmios de Fórmula 1 no Brasil”, disse o governador. “Quando Doria falou em cavalos, referiu-se aos cavalos dos motores dos carros da Fórmula 1 que vão correr em Deodoro”, acrescentou Crivella, tentando fazer humor. Tantos problemas urgentes na vida carioca, o governador parece só pensar no autódromo.
No fim de maio, Witzel criticou o prefeito carioca sobre o fechamento da Av. Niemeyer, dizendo que quem não tem o que falar tem que ficar de boca fechada”. No que Crivella respondeu: “Agradeço o conselho do Witzel. Vou procurar o filtro em Harvard”. A citação a Harvard era uma alusão ao currículo de Witzel, que informou ter cursado doutorado em Ciência Política na universidade americana, o que é falso. Mas isso é coisa do passado e o prefeito foi só elogios: “Sou parceiro do governador, sinto nele confiança. Espero que juntos possamos construir o Rio de nossos sonhos, que não é o do desemprego, dos escândalos de corrupção, das drogas, da cracolândia. O Rio é a cidade de encantos mil, a mais linda do Brasil. Estou muito feliz com o encontro que tive hoje com o governador”.