O biólogo Mário Moscatelli e sua assistente Maria de Azevedo depararam com essa cena nesta terça (07/05), na Lagoa da Tijuca: um colhereiro em idade reprodutiva, morto, preso por náilon: “Morreu pendurado de cabeça pra baixo, sentenciado pela barbárie ambiental carioca. Como esse, milhares de animais agonizam e morrem nos resíduos que os humanos jogam nos rios e lagoas da Baixada de Jacarepaguá, em pleno século XXI”, diz Mário.
E completa: “Para muitas espécies, o fim do mundo já é uma realidade diante do que a besta-fera, denominada “sapiens”, vem fazendo com os ecossistemas deste planeta”. O nome do colhereiro se deve ao formato de colher que tem o seu bico. Segundo Moscatelli, o colhereiro enroscou-se num dos resíduos que se amontoam aos milhões de toneladas nas margens e fundo das lagoas e acabou se embolando no galho, o que, para o pobre animal, foi sua sentença de morte: “Aliás, a sua sentença de morte foi decretada a partir de seu nascimento num lugar que, faz tempo, perdeu todos os parâmetros de civilidade ambiental”, conclui.