A perplexidade é geral com a matéria de O Estado de São Paulo sobre a pesquisadora e professora Joana d’Arc Félix de Sousa, cuja história viraria filme, sendo representada pela atriz Taís Araújo sob direção de Alê Braga. Segundo o jornal, em matéria assinada por Felipe Resk e Renata Cafardo, foi pedido a Joana, filha de mãe empregada doméstica e pai curtumeiro, documentos que comprovassem a sua formação em Harvard. A professora encaminhou ao jornal um diploma de 1999, com o brasão da universidade, o nome dela e o título de “Postdoctoral in Organic Chemistry”.
O ESP enviou o documento para análise em Harvard, e foi informado de que ali não é emitido diploma para pós-doutorado. O professor Richard Hadley Holm, que teria assinado o diploma, também procurado, declarou que o certificado é falso. Procurada pelo jornal, Joana d’Arc disse que o documento foi feito para uma “encenação de teatro”. “Mas eu não concluí (o pós-doutorado), eu não tenho certificado”, afirmou. “As meninas mandaram junto quando o jornalista me pediu documentos. Eu pensei: tenho que contar isso para o jornalista, mas não falei mais com ele.”
Joana foi uma das pessoas que receberam o prêmio “Faz Diferença”, do jornal O Globo na edição 2018, como “Personalidade do ano”, quando emocionou a plateia com seu discurso. Desde 2003, quando foi criado, o Faz Diferença, nunca viveu situação semelhante. Esse foi um dos seus inúmeros prêmios dessa história — como dizer? — com muitos desencontros. Talvez, a partir de agora, mereça mais ainda ir para as telas. Ou não?