A pré-estreia do filme “Alma Imoral”, dirigida pelo cineasta Silvio Tendler, baseada no best-seller de Nilton Bonder — que também inspirou a peça de Clarice Niskier, há 13 anos em cartaz , lotou as duas salas do Cinépolis Lagoon, na Lagoa, nessa terça-feira (26/03), principalmente com integrantes da comunidade judaica carioca. Personagem condutor do longa, Bonder parte numa jornada em busca da “Alma Imoral” pelo Brasil, EUA e Israel, entrevistando 15 intelectuais de diferentes nacionalidades, ativistas políticos judeus. Tendler quis “traduzir” de que forma eles encarnam os conceitos de Bonder sobre a imoralidade da alma; segundo o rabino, “imorais são atos fora da expectativa que, ao nos traírem, nos fazem mais autênticos”.
Bonder falou ao público antes da exibição sobre a dificuldade de produzir algo no País em época de crise — o filme levou quatro anos para ficar pronto. “É um projeto de anos e foi um desafio enorme, mas abraçamos a ideia e resolvemos lançar assim mesmo”, disse Bonder. Entre os convidados, Deborah Colker, cujos integrantes da sua companhia de dança participam das cenas entre as entrevistas — o que acabou tomando 20 minutos da produção. “Quando o rabino me chamou, me disse que eu era uma alma imoral e bastou para eu aceitar. Não criei uma dança específica, mas aproveitei as coreografias que já fiz e dei novos significados. Sou uma transgressora. Tem tudo a ver comigo”, disse ela. Ao fim da sessão, muita gente disse que vai voltar aos cinemas (entra em cartaz no dia 16 de maio) pela riqueza, complexidade e profundidade dos assuntos ali mostrados. É filme para ser visto mais de uma vez.