Como em todo veículo de comunicação, somos apenas um espaço de informação e divulgação. Em post publicado nesse sábado (08/12), em que a terapeuta Anna Sharp escreve sobre João de Deus, demos um ponto de vista de alguém que conviveu com o personagem. Não tomamos partido, como sempre acontece na pagina “De Próprio Punho”. A seguir, outro depoimento, desta vez, da psicanalista Bia Kuhn, que esteve em Abadiânia:
“Nas duas vezes em que estive no João de Deus, saí de lá dizendo que ele, o médium, era o ponto mais fraco do fenômeno desigual que testemunhávamos em Abadiânia. Dons e talentos não ocorrem necessariamente com pessoas boas, saudáveis psiquicamente ou evoluídas. O mundo está está cheio de exemplos que trazem físicos brilhantes e esquizofrênicos (“Mente Brilhante”); médiuns poderosos, mas primários, medíocres e toscos, como Thomas Green Morton. Agora, trata-se de um curandeiro não exatamente picareta, mas certamente perverso – não há excesso de energia sexual do kundalini que justifique o uso inaceitável que há anos ele faz da força poderosa da transferência depositada nele. É claro que deve ser punido. O bem que ele faz eu soube quando lá estivemos conversando com ele na mesma salinha do assédio. Hoje sei que ele faz o bem e o mal em proporções dantescas. Que ninguém se preocupe com os milagres porque, desde Cristo, quem faz o milagre é a própria pessoa. Agora sabemos que aquela energia poderosa, forte e inesquecível de Abadiânia existe apesar dele…. A energia é nossa. Nossa! O bem prevalece e os milagres da cura, também!”
Foto: Cena do filme “O Silêncio é uma prece”.