Ah, o Natal!
Momento de alegria pra uns; de tristeza para outros. Gratidão, sensibilidade, saudades, nostalgias. O sentimento que mais reconheço em mim, nesta época do ano, é o amor. Ao mesmo tempo que sinto mais compaixão, tenho satisfação e bem-estar. Poucos anos atrás, me vi triste e sem ânimo para comemorar esse dia, quando perdi minha avó, em 2014, a grande matriarca da nossa família, minha eterna Volita, minha grande parceira. Achei que assim seria por todos os Natais pela frente. Nossa ceia sempre foi na casa da minha mãe, Alice, muito festiva com muitos amigos, mas, no último deles, com a minha avó presente, passamos na minha casa. O prazer foi tão grande de recebê-la naquela data tão especial, que decorei a árvore com a foto dela lá no topo, representando a grande estrela da minha vida. No ano seguinte, depois da sua partida, eu me sentia triste, sem entusiasmo, desanimada.
Apesar de estar com a minha família (que amo), comemorar o Natal sem ela me doía profundamente, juntando a isso as emoções que essas datas trazem em si. São datas em que sempre me questiono mais, penso mais na vida e no que venho construindo. Este ano, depois de cinco Natais sem minha avó, aquela sensação tão boa desta época do ano voltou. Eu me sinto reconectada comigo e com ela – com prazer em receber amigos especiais, organizar a casa e principalmente olhar a sua imagem no alto da minha árvore. Os anos passam, coisas boas e ruins vêm e vão, tudo pode acontecer, desde que minha estrela permaneça brilhando, todo ano, naquele mesmo lugar: no topo da minha árvore.
Nicole é paisagista, louca pelo Natal. Aqui, ela se refere à sua avó, Alice Tamborindeguy, que morreu em 2014.