Dando continuidade ao “Especial Eleições 2018”, a entrevista desta terça-feira (02/10) é com o candidato Romário (Podemos). Já foram publicadas as entrevistas de Eduardo Paes, Garotinho, Indio da Costa, Marcelo Trindade, Marcia Tiburi e Pedro Fernandes.
Por que se candidatar ao governo do Rio?
Porque eu cansei de ouvir promessas. Assim como a população, eu acreditei que eles podiam mudar o Rio de Janeiro. E eles mudaram mesmo, só que para pior. Então decidi eu mesmo fazer essa mudança.
A fazer aliança com algum dos seus concorrentes, qual seria? Por quê?
Eu prefiro focar na minha candidatura, na minha vontade de ser governador do Rio de Janeiro. Muitos que estão ali são responsáveis pelo atual estado em que estamos. Nunca fiz parte dessa quadrilha e nem vou fazer.
Das tantas tragédias atuais na vida dos cariocas, qual a que mais o comove?
A saúde. Estamos em 2018, e as pessoas ainda morrem na porta de hospitais. Eu sei o que é essa realidade porque nasci na favela, estudei em colégio público, quando ficava doente ia para hospital público. Sei na prática o que as pessoas passam, e não na teoria. Não dá mais para o povo passar por isso.
Qual a ordem de prioridade pra você: educação, saúde e segurança?
Saúde. Claro que a segurança é sempre uma prioridade para qualquer político do Rio de Janeiro, mas a saúde precisa de mais atenção. A secretaria de Saúde foi onde mais se roubou nos últimos anos e quem está pagando o preço é a população. Vou auditar todos os contratos da Saúde, principalmente os contratos com as OSs. Tenho certeza de que os recursos existem. É só não deixar roubar.
O senhor colocaria um filho numa escola pública no Rio? Por quê?
Independentemente de quem estuda na escola pública, ela tem que ser um local seguro, atraente e que estimule o jovem a estudar. A escola tem que falar a língua do jovem. Hoje, os adolescentes fazem tudo com aplicativo, celular. Na escola, eles têm que encontrar essa mesma realidade.
Quais as três primeiras providências se eleito?
Reduzir o número de UPPs e colocar mais polícia na rua, auditar todos os contratos do governo, principalmente na Saúde, e acabar com as mordomias e desperdício de dinheiro público.
A filha do Eduardo Cunha é candidata, o filho do Sérgio Cabral é candidato, o filho do Jorge Picciani é candidato; todos presos – o que existe de tão atraente na política que não intimida esses jovens nem nessas circunstâncias?
A falta de interesse pelo povo. Eles só estão preocupados em se manter no poder. Não querem saber do que as pessoas precisam nem do que elas passam todos os dias no transporte, nos hospitais, nas escolas. Como eu falei, eles são uma quadrilha.
O que pretende deixar de mais importante ao fim de seu governo?
Um governo que melhore a vida das pessoas de verdade. As pessoas têm que saber que elas podem contar com o governo na hora em que ficam doentes, que elas não precisam ter medo para sair de casa. Hoje, a população do Rio está com medo. Os empresários não querem investir no estado porque têm medo. Se eu conseguir resgatar o que o Rio de Janeiro tem de melhor, acredito que cumprirei bem o meu papel.
Que cidade citaria como exemplo? Por quê?
Eu acho o Rio de Janeiro uma cidade única. Já morei na Espanha, na Holanda e podia morar em qualquer lugar do mundo. Mas moro aqui porque sei da capacidade que nós temos, sei das qualidades, sei que podemos ser muito mais.
Qual o seu apreço ou desapreço com a prefeitura do Crivella?
Eu apoiei o prefeito Crivella, mas rompi com ele logo no início do mandato. Ele, assim como os outros, também me decepcionou.
E a vida cultural como anda? Qual a última peça, o último filme, o último livro?
Minha vida agora é fazer campanha na rua, sentir o carinho do povo.
Sabemos que a União retém quase a totalidade dos impostos arrecadados no Estado do Rio, deixando o governador, digamos, de pires na mão. Qual seria sua proposta para evitar essa romaria a Brasília, cada vez que mais dinheiro é necessário?
Temos que rever muita coisa. Meu futuro secretário de Fazenda, Guilherme Mercês, que conhece muito de finanças públicas, montou meu plano de governo nesse sentido. Vamos rever benefícios fiscais, acordos, contratos. Sempre dentro do que prevê a Lei de Responsabilidade Fiscal. Vou lançar um pacote de medidas para estimular a nossa economia, gerar empregos e tornar o Rio menos dependente do petróleo e das receitas de royalties.
numero:13 O que você acha de políticos que mentem?
Acho que os políticos têm que ter a consciência que a população precisa de uma vida melhor e mais digna. Precisa de um governo que retribua tudo que eles pagam de imposto, que não é pouca coisa. Se a gente tem possibilidade de mudar a vida das pessoas, que seja sempre para melhor.