A empresária carioca Silvia Pimenta Velloso acaba de abrir uma agência que presta consultoria para pequenas e médias empresas interessadas em abrir negócios em Miami, a Athena Strategy Consulting. Para quem não está ligando o nome à pessoa, Silvia foi sócia da multimarcas Avec Nuance, que funcionou no Shopping Leblon por cinco anos, até 2015, com as marcas mais incríveis, e também esteve à frente da grife Anne Fontaine no Brasil. Para o novo projeto, Silvia se uniu à irmã, Marta Meyerhans, que vive nos Estados Unidos há 20 anos, onde atua no mercado financeiro e de arte, e também especializada em marcas de luxo. As duas estão apostando a toda, para quem pretende pôr um plano B em prática, seja por motivo profissional, sentimental, decepção verde e amarela, seja apenas para ampliar os negócios.
Confira algumas dicas dela:
Em que o empresário deve estar atento quando decide abrir um negócio no exterior?
Primeiramente, certificar-se de que sua atual estrutura operacional e financeira comporta essa expansão e, em paralelo, investir em algum tipo de estudo de viabilização de mercado, identificando suas reais vantagens competitivas, oportunidades de mercado e pontos de ajuste.
Quais os principais erros de quem chega aos EUA sem assistência?
Colocar um novo produto ou serviço no mercado é, por natureza, uma operação de risco alto. A falta de uma preparação prévia, de uma pesquisa quantitativa e qualitativa para adequação e definição de uma estratégia clara geram lentidão e erros de posicionamento. Um simples teste de mercado evita que o negócio seja um tiro no escuro e ajuda a definir a voz da marca nesse novo mercado, fortalecendo elementos para sua presença digital, que deve preceder a chegada física do novo produto, gerando conexões e seguidores, agilizando a etapa.
Em quais áreas os brasileiros são mais bem sucedidos?
Existem ‘cases’ de sucessos em diferentes áreas. O Brasil é um celeiro de produtos e serviços diferenciados e, sob vários aspectos, enxergo nossas características como fonte de inspiração para o consumidor americano. Quase que de forma óbvia, a valorização da cultura, saúde, bem-estar e beleza brasileiras abrem inúmeras portas para bens de consumo não duráveis (alimentos e bebidas) e para bens de consumo semiduráveis (beleza, saúde, vestuário e calçados), além de serviços B2B e B2C (personal trainers, assessorias e profissionais de limpeza).
Cite um caso de muito sucesso.
Nossa, são tantas frentes de sucesso… Nossa moda praia veio para ficar, e marcas com Adriana Degreas, Água de Coco, Vix e agora Rosa-Chá fincaram o pé para nunca mais sair. Um negócio bacana e que deu certo é a Bianco Gelato (sorvete orgânico), com quatro franquias espalhadas por Miami. Minha aposta de sucesso pro futuro é o Instituto Embelleze, rede de cursos profissionalizantes no setor da beleza. Com expectativa de atingir um faturamento de U$ 360 mil (cerca de R$ 1.300,000), este ano, projeta receita de U$ 7 milhões (R$ 26 milhões) em cinco anos – com a abertura de unidades nos Estados Unidos.
Que dica de ouro você daria?
Teste seu novo mercado antes de expandir definitivamente.