Fernanda Diniz é a cara do Brasil – e que cara! Por isso mesmo, foi selecionada para estrelar “Malévola 2”, continuação da Disney, ao lado de Angelina Jolie, Elle Fanning e Michele Pfeiffer. O filme chega aos cinemas dia 29 de maio de 2020. Nascida em Manaus, a moreníssima meteu o pé do Brasil aos 16 anos, para morar entre Lisboa e Londres, com a família, depois de algumas participações em novelas da TV Globo. Aos 32, seu currículo é abrangente: já interpretou italiana, espanhola, marroquina, venezuelana, fez séries, novelas e acaba de protagonizar a comédia de humor negro “Red Evil”, ainda sem data de estreia.
Um detalhe para que ela entrasse no mercado hollywoodiano foi atravessar a barreira da língua, sempre observando atores que conseguem trabalhar em mais de uma indústria cinematográfica. As filmagens de “Malévola 2” acabaram de terminar, mas o trabalho continua a toda: ela será uma das protagonistas de “Team Joy”, ao lado de Jesse Williams (o Dr. Jackson Avery de “Greys anatomy”), com direção de Joe Tripician.
Quando decidiu ser atriz?
Sempre esteve em mim, desde criança; não me lembro de sonhar com outra coisa. Eu era uma indiazinha na Amazônia, sonhando em conquistar o mundo. Não sabia como, mas isso é o que me fascina nas crianças: elas não têm limites na criatividade. Quando nos tornamos adultos, é que o medo vai limitando nossos sonhos, e aí deixamos de acreditar que é possível. No meu caminho, tive que superar a extrema timidez e falta de confiança. Pelo menos, fiz um pacto comigo mesma de que nunca iria me abandonar e lutei para superar esses aspectos limitantes e seguir meu coração. Comecei minha carreira de atriz no Brasil, paralelamente também fui modelo e, como morei em vários países, aproveitei para estudar teatro e línguas. Não voltei a trabalhar no Brasil, mas tenho muita vontade. Tenho uma ligação forte com as minhas raízes no Amazonas.
Você se acha uma pessoa exótica?
Felizmente, nunca me senti categorizada como exótica – vou tendo oportunidades de fazer papéis bem variados. Acho que depende mais das aptidões para línguas e sotaques e, como falo fluentemente inglês, espanhol e italiano, sempre se abrem mais portas. Agora estou me dedicando em aprender o sotaque britânico.
Como é representar a Amazônia nesse circuito tão competitivo?
Uma honra. Amo dizer para o mundo que sou da Amazônia, que tive a sorte de crescer correndo na floresta, subindo às árvores, dançando na chuva e criando muitos animais em casa. Óbvio que o Amazonas não é só isso, mas essas são as lembranças mais gostosas que tenho. As pessoas ficam fascinadas em ouvir e ver o quanto sou conectada a isso, mesmo no frenesi das grandes capitais. A indiazinha não sai de mim.
Como surgiu a oportunidade de fazer “Malévola 2”?
O diretor de elenco me chamou para o teste. Por sorte, eu já tinha visto o primeiro filme e foi fácil entrar nesse mundo. As gravações começaram em maio e vão durar alguns meses. O teste foi bem simples. Antigamente ficava muito nervosa; agora aceito o que o universo me oferece – obvio que fazendo o trabalho de casa da melhor forma que posso. A melhor coisa que fiz foi aprender a meditar e usar essa ferramenta para me manter calma.
E Jolie?
Ela é uma pessoa muito simples. Agora entendo. Angelina não é deste mundo, gente! Um amor de pessoa! Generosa com toda a equipe. Há muita camaradagem nessa produção, e eu tenho me sentido muito bem acolhida. Mas não costumo tietar ninguém porque acredito que cada pessoa tem algo muito especial e único, mas a admiro em especial pelo trabalho humanitário que ela faz. Tenho certeza de que vou aprender muito com todos os atores incríveis desse filme, e estou amando estar nessa aventura, é um sonho de criança realizado!
O que temos aí para o seu futuro?
Acabei recentemente as gravações de “Red Devil”, ainda sem nome em português. Estamos em fase de pós- produção, e tenho muito carinho por esse projeto. É um crime cósmico; estou louca para vê-lo nas telonas. Fora isso, em breve vou começar os ensaios de uma peça de teatro em espanhol, em Londres.