Bom humor e tranquilidade, naquele esquema friozinho disfarçado na barriga – assim é Mart’nália, sempre demonstrando leveza, tipo poucas preocupações na vida. Os fãs da voz rouca e suingada da cantora podem assistir a uma apresentação diferente, nesta sexta-feira (17/08), no Blue Note, na Lagoa, em homenagem a Vinicius de Moraes e Noel Rosa, em dois horários: às 20h e 22h30. Recentemente, também entrou em turnê, com o show “+ Misturado”, com repertório plural, assim como ela. Sempre atrelada à história do samba carioca, especificamente com a Vila Isabel, a cantora não frequentou a quadra da agremiação este ano por, digamos, desencontro de opiniões com o carnavalesco Paulo Barros.
Vamos assistir a uma Mart’nália mais formal?
É um show curtinho, como vários que já fiz. Mas é normal e nunca formal.
O que você gosta no cenário atual da música brasileira? E o que não gosta tanto?
Gosto de misturas, do que eu gravo, dos produtores com quem me envolvo. Mas não consigo é encarar um sertanejo, um funk, um arrocha, esse tipo de coisas assim. Mas rock’n’roll tô dentro!
E o que acha das forças armadas, os militares nas ruas do Rio?
Poxa, nem vi nada disso na rua. Estão onde mesmo?
Esse ano rolou um clima com o Paulo Barros na Vila Isabel, né?
Por isso que eu não gosto de falar… Cada pessoa tem um jeito diferente. Adoro o Paulo e o acho muito competente, mas ele não tem nada a ver com a minha escola – simples assim.
Volta à escola em 2019?
Nunca saí da minha escola, e todos sabem disso. Faço parte da ala de compositores e da bateria de lá, inclusive.
Você foi à Rússia na Copa, teve medo de sofrer preconceito? Já sofreu algum na vida?
Nunca sofri preconceito, só o normal que todos nós, pretos, sofremos. Já na Rússia, encontrei pessoas muito gentis. A música brasileira, o samba, tem essa função de unir as pessoas e deixar tudo numa mesma vibe. O show lá foi muito levezinho, maravilhoso.