Encontrou uma coruja com dificuldades de voar no seu quintal? Deparou-se com um gambá em casa? Tem informações de araras raras em gaiolas? Para perguntas como essas, a resposta está do outro lado da linha 1746, com o pronto atendimento dos guardas da Patrulha Ambiental, que vão aonde for para resgatar animais em risco por toda a cidade. Mas você sabe onde vão parar esses bichinhos? A maioria é encaminhada para o Centro de Recuperação de Animais Silvestres (CRAS), da Universidade Estácio de Sá, na unidade de Vargem Pequena. Cláudia Romano, a vice-presidente da Estácio, acompanha tudo de perto, através do professor e veterinário Jeferson Pires, o coordenador do CRAS, e comemora os 14 anos de existência do centro e o atendimento anual de 2.600 animais que passam por lá. Claudia, patrocinadora do Centro, fala aqui do seu amor pelos animais e que o valor do CRAS ultrapassa o institucional.
O trabalho feito no CRAS tem alguma representação pra você além do institucional?
O Centro de Recuperação de Animais Silvestres (CRAS) se transformou em referência nacional quando o assunto é cuidar e reinserir animais na natureza. Por isso, o CRAS ultrapassa o institucional -tem um valor imensurável para a Estácio. Acredito que este trabalho de reabilitar os animais é importante para perpetuação das diversas espécies na natureza. Eu amo animais, e apostar em causas que prezam pela saúde e bem-estar das espécies nos fortalece como instituição. O CRAS também é um local que alia ensino e prática aos alunos do curso de Medicina Veterinária da Unidade Estácio Vargem Pequena. Todas as atividades do local são coordenadas pelo professor e médico veterinário Jeferson Pires.
Qualquer pessoa, ao se deparar com um animal às voltas com qualquer problema pode pedir socorro ao CRAS?
Não, primeiro, as pessoas devem acionar a Patrulha Ambiental, ligando para o número 1746, cujo serviço funciona 24 horas por dia. Eles fazem o resgate e, em seguida, os animais são entregues ao CRAS.
Há quantos anos existe o CRAS e quantos animais são tratados anualmente?
Há 14 anos e recebe anualmente 2.600 animais. Depois da recuperação, os animais em perfeita condição de saúde podem retornar à natureza. Aqueles que não tiveram uma recuperação completa passam pelo Centro de Triagem do Ibama, onde seu destino será definido. Eles podem ser encaminhados a zoológicos ou santuários, por exemplo. Os animais consomem, em média, por semana, 100 kg de frutas e 21 kg de carne.
Algum caso mais curioso ou de animais raros que passaram por lá?
O CRAS já recebeu as mais variadas espécies, como um filhote de puma resgatado em Itaipava, pinguins, carcarás, jacarés, macacos-prego, furões, papagaios etc. Grande parte dos animais resgatados são vítimas de atropelamentos, tiros, maus-tratos, acidentes, desmatamento e até fenômenos climáticos. Um dos casos mais curiosos e tristes ao mesmo tempo foi o resgate de um furão. Ele era um filhotinho e estava tentando se amamentar na sua mãe, que estava morta, pois foi atropelada. Um papagaio também já foi salvo após uma das suas asas ter sido reconstituída depois de sofrer um acidente com uma linha de pipa.
Qual o telefone do Centro?
O telefone do CRAS, para mais informações, é (21) 2430-4802.