Morando no Rio há três anos, o baiano Ciro Sales, de 31 anos, comemora a ótima fase na carreira com o personagem Du Love, ex-amante e um dos destaques da animada casa da cafetina Laureta (Adriana Esteves) em “Segundo Sol”, de João Emanuel Carneiro. Du perdeu o posto de queridinho da patroa com a chegada de Ícaro (Chay Suede). Para o papel, Ciro contou com a ajuda de uma amiga que conhece bem o universo da prostituição masculina e, também, de um caso do programa “CatFish Brasil”, da MTV, do qual é apresentador e bem conhecido entre a garotada, cuja terceira temporada estreia dia 25 de julho. No programa, uma espécie de Tinder da TV, ele tenta desvendar os maiores mistérios dos relacionamentos que nasceram na Internet – e de lá nunca saíram –, ajudando os casais virtuais a descobrir a verdade sobre o parceiro (a). No perfil de suas redes sociais, o ator, de 1,81 metros de altura e olhos verdes, avisa aos seus 35 mil seguidores: “Mais um cara do bem”.
Como está a repercussão?
É muito legal, todo mundo que me encontra na rua fala sobre ele, e fala que ele é X9 (espião). Ele já entregou Rosa (Leticia Colin) e Ícaro (Chay Suede) para Laureta (Adriana Esteves). Isso cria uma empatia, Du Love joga com o que tem. Ele está ameaçado agora, porque antes era o preferido da patroa e não é mais.
Sua vida mudou com esse personagem?
A vida ainda não mudou muito para mim. Frequento os mesmos lugares, já tenho uma base de seguidores que já admiravam meu trabalho pelo CatFish e os trabalhos de teatro. Ainda é cedo para sentir essa mudança.
Já está habituado com o Rio?
Moro em Botafogo agora, estou fazendo uma reforma no meu apartamento. Já estou adaptado, sempre vim muito para a cidade mesmo antes de me mudar da Bahia para cá. A maior diferença entre Salvador e Rio são as pessoas. Há exuberância nas duas, o mar presente o tempo todo, convive-se nas duas com as desigualdades sociais. Acho só que o carioca não se envolve muito com o outro, é acessível, mas não tem muito compromisso. Em Salvador, as pessoas são mais solícitas.
Como baiano, assim como muitos atores no folhetim, o que acha do sotaque mostrado na novela?
Tenho admirado o trabalho dos colegas na construção dos sotaques. A Leticia Colin estuda muito com baianos e pergunta para mim. E recebe áudios de amigas de lá. Tem muita preocupação. É muito bom o Emilio Dantas (Beto Falcão/Miguel) e o Chay faz um baiano maloqueiro bom. Ele poderia estar na Cidade Baixa.
E atuar ao lado de Adriana Esteves?
Considero-me muito sortudo. Gravo muito com ela. Ela é muito generosa, admiro o ser humano. Conheci Adriana há um tempo, por causa do Vladimir Brichta (marido da atriz, que também é baiano). Fiz um filme com ele (“A Fórmula”).
Conte alguma curiosidade de bastidor pra gente…
Aquele núcleo da Laureta é uma curtição. Quando esperamos uma cena, a gente fica fazendo bagunça, a gente dança muito. Balança o quadril, mostra essas habilidades (risos).
Acredita que esse tipo de retratação à prostituição possa influenciar negativamente?
Não influenciamos, mas trazemos consciência. A novela trata do universo de forma honesta. Tem o glamour, mas você vê questões de ética, moral, embates familiares, liberdade. Ficar refém do patrão. Como todos os lados da coisa são mostrados, fica claro que há perdas e ganhos.
Você está solteiro, enrolado, namorando… É assediado por ambos os sexos?
Estou curtinho, investindo numa história, mas terminei um relacionamento longo há pouco tempo. Agora estou curtindo com responsabilidade. Acho que uma abordagem direta vem mais das mulheres. Encaro ser paquerado por homens com tranquilidade. Sou um cara muito tranquilo mesmo com essas coisas.