Qualquer Copa do Mundo merece atenção – pelo menos, para os brasileiros, que, ao nascerem, já têm uma relação de bem-querer com o futebol. Até para quem não tenha ideia da diferença entre zagueiro e atacante, não importa, o que mais se ouve é: “Onde você vai ver o jogo?”, e jamais: “Você vai ver o jogo?”- quase todo mundo vai. Aparecida Marinho é um desses exemplos; apesar de não se considerar fanática, em tempos de Copa adapta sua vida aos horários dos jogos, como muitos cariocas fazem – sim, os que podem. Dependendo da profissão, fica realmente impossível. No caso dela, empresária da terra, é mais fácil. Aparecida não entende nada de regras, mas sabe quando um time está jogando bem ou, ainda, detalhes de todas as seleções em cena. Talvez por essa razão, seja chamada de “craque” por alguns amigos. Sem falar na emoção de que tudo pode virar, ao acaso (ou nem tanto), em um segundo.
Sua vida muda durante a Copa do Mundo?
Minha vida muda, troco meus horários pra tudo. Se tem jogo de manhã, altero meus compromissos para tarde e vice-versa. E tento ver todos os jogos, todos, sempre. Às vezes, vejo sozinha, muito bem, obrigada. Detesto quando estou em grupo com pessoas que não prestam atenção.
Você se considera fanática?
Fanática, não, apaixonada, sim. Vejo, por exemplo, o campeonato europeu e, claro, os jogos dos meus times: Flamengo e Corinthians, mas, num jogo entre os dois, torço pelo meu Mengão, sem dúvida.
O que mais chama atenção numa pessoa leiga como você?
Além de me distrair, a energia do futebol é muito forte, une todo mundo, começando no respeito entre os times na hora do hino. Claro que não sou uma Fernanda Gentil, mas sei muito bem quando uma seleção está jogando bem. Aí, sim, torço por ela, seja qual for. Jamais torceria contra a Argentina por ser a Argentina, por exemplo.
E o Tite?
O Tite trabalha mesmo. Em alguns momentos, como no primeiro gol (do Felipe Coutinho) no jogo contra a Costa Rica, quando ele rolou no chão, cheguei a sentir ternura.
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O Messi é um craque, mas, sem time, não podia fazer milagre. Cristiano Ronaldo, aquele que a gente olha e vê que ele é convencido, além de vaidoso e marrento, mas vai lá e se garante. Fora que tenho admiração pelo seu lado humano, por ajudar muitas instituições – falo isso baseada no que li. O Neymar é espetacular, apesar de alguns showzinhos que ele faz, mas precisa um pouco mais de maturidade, analisando assim, de fora.
E sobre a vaidade dos jogadores?
Jogador tem de se preocupar com jogo, e não com cabelo. O Cristiano Ronaldo, por exemplo, você já o viu pintando o cabelo ou fazendo desenhos na cabeça?