Ninguém conseguiu tirar os olhos de Adeyeye Enitan Babatunde Ogunwusi Ojaja II, rei da cidade de Ifé, na Nigéria — berço dos iorubás – e sua comitiva, com figurinos brancos e acessórios africanos coloridos, com detalhe para o turbante em tom laranja cheio de brilho, nessa quarta-feira (13/06), em evento no Museu da Escravidão e da Liberdade (MEL). O encontro foi para assinar a criação da Casa de Herança Oduduwa, em parceria com Nilcemar Nogueira, secretária municipal de Cultura do Rio, com a intenção de estreitar os laços com os descendentes do iorubá e unir mais o povo afrodescendente.
A nova casa será uma conexão direta com o palácio de Ifé para intercâmbio cultural, científico e espiritual. “É um passo bastante significativo não só pela questão da ancestralidade como também pelas vozes que vão ajudar a construir essa narrativa”, disse Nilcemar. “Precisa ser o fim da falta de autoestima do povo negro. O espírito que está para baixo precisa se elevar. Nossas raízes são as raízes de todo mundo. Não há nada que a raça negra não tenha criado”, disse o rei de Ifé em discurso. Na terça-feira (12/06), ele participou de uma cerimônia na Academia Brasileira de Letras (ABL) e conheceu o Cais do Valongo, na Gamboa, mas antes de vir ao Rio, ele esteve na Bahia para criar a Casa dos Iorubás.