“Mais do que saber do preconceito com os gays num país como a Rússia, a mim, chocou-me muito mais assistir à cena nojenta e horrível com que deparamos dos jovens brasileiros assediando uma moça que não fala nosso idioma. Em poucos dias, todos foram julgados pelo mundo da Internet com uma velocidade absurda. Perderam emprego, mostraram como é sério não ser sério nos dias de hoje. É só um exemplo de como a tecnologia pode ser a nossa maior aliada.
O próprio futebol está tendo que mudar suas fórmulas. A malandragem, a simulação, a escola do “jeitinho brasileiro”, tudo está em baixa. Não existe mais espaço para a jogada que tira vantagem – o mundo está mudando nessa revolução tecnológica que nossa geração está vivendo.
Outro exemplo foi o jogo Brasil e Costa Rica, quando vi nossa estrela Neymar usando táticas com sua linguagem corporal, para demonstrar que sofreu um pênalti: isso acabou! O árbitro vê tudo com o auxílio da tecnologia e, assim, pode até voltar atrás em suas decisões; o mundo observa detalhes, as câmeras captam tudo, até as falas dos jogadores – e com a maior facilidade. E isso pode ser bom ou pode ser péssimo. Mas não queremos transparência? Não queremos verdade? Então … vamos apoiar a verdade sem nunca querer tirar vantagem sobre ninguém.
Baseado nisso, recentemente, decidi até que vou escolher meus candidatos nas próximas eleições também pelas suas condutas nas redes sociais; pelo perfil de seguidores e de curtidas, podemos saber muito. Busco, através de enquetes, nos stories do Instagram, nas postagens e nas leituras diárias, um termômetro sobre imagens e opiniões de tudo neste nosso Brasil. Essas redes, sim, mais amplas e mais importantes do que aquelas que acolhem os gols – e sem rival.”
Bruno Chateaubriand é jornalista