David Zylbersztajn é especialista da área de energia. Fez mestrado na PUC-Rio, é ex-diretor da Agência Nacional do Petróleo (ANP), mas seu conhecimento e cultura no assunto estão bem além do catedrático, digamos assim. Por essas razões, é sempre chamado a opinar em momentos como este, em que a Petrobras pode estar deslizando novamente para o abismo, com a saída de Pedro Parente, o que traz ainda mais uma grande insegurança para os brasileiros.
O que significa a demissão de Pedro Parente?
A demissão do Pedro significa uma guinada para pior neste Governo. A empresa, depois de usada para fins políticos num passado recente, estava em fase de recuperação, o que era bom para o Brasil. Colocar alguém do perfil do Parente seria pouco provável, ou ele não teria saído.
A que se deve essa saída?
Saiu porque estava contrariado com o que estava sendo proposto, criando obstáculo. Entrando alguém que se alinhe ao desejo do Governo significa a Petrobras voltar pro buraco. (Parente era contrário à interferência do Governo nas decisões da estatal)
O que você antevê depois disso?
Tudo depende de quem for pra lá e do que se espera em termos de gestão. Dependendo de quem for o novo presidente, a gente vai saber o rumo que vai tomar.
Você encararia esse posto?
Não há hipótese, penso igual ao Pedro.
Em algum momento, você imaginou que a greve dos caminhoneiros teria a dimensão que teve?
Nesse tamanho, nunca imaginei. O WhatsApp mudou o País; a capacidade de organização mudou muito. Claro que aí tem também o interesse das transportadoras.