O Núcleo de Prática Jurídica (NPJ) da Faculdade Hélio Alonso (Facha), com sede em Botafogo, criou um programa para atender os moradores de rua, o “Café Suspenso”. Advogados e estudantes de Direito, todos voluntários, percorrem Botafogo e Flamengo e conversam com moradores de rua para entender seus problemas e situações e depois dão conselhos jurídicos e tentam resolver o que surge. A equipe do NPJ atua em direitos básicos de grupos marginalizados, direitos dos animais, transexuais, pessoas que vivem com HIV/aids etc. O nome “Café Suspenso” foi inspirado na tradição italiana, com origem em Nápoles, um pequeno gesto de gentileza em que o cliente paga o café e deixa outro pago para o próximo, tudo de forma anônima.
“A ideia é que o nosso ‘Café Suspenso’ funcione com o que temos a oferecer, o nosso conhecimento jurídico, capaz de mudar vidas; conversando com essas pessoas, estabelecendo uma relação de confiança e atendendo às suas necessidades”, diz Marcelo Dealtry Turra, professor e advogado, coordenador do NPJ da Facha e do projeto. Segundo Turra, os primeiros atendimentos foram essencialmente para a segunda via de RG, certidões de nascimento, tratamento de saúde e, num dos casos, a mudança do nome civil, por se tratar de uma mulher trans. A estimativa é que mais de quatro mil pessoas vivam atualmente nas ruas do Rio.