O filme “Missão 115“, de Sílvio Da-Rin, teve sessão especial nessa segunda-feira (16/04), durante o festival “É Tudo Verdade“, no Cine Net Botafogo. O longa é o primeiro documentário sobre uma suposta operação chamada “Vigilância” pelo DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna), no Riocentro, durante um show pelo feriado de 1º de maio de 1981, que reuniu 18 mil pessoas – mas era um ato terrorista do grupo contrário à abertura política, no governo de João Figueiredo, último do ciclo militar inaugurado como golpe de 1964. “Um grupo de servidores do aparelho de informação e segurança, com medo de perder seus empregos e regalias, praticava atos terroristas para sabotar a redemocratização: explodiram 46 bombas em menos de um ano e meio”, diz Silvio. Nesse ano, a missão falhou, deixando claro o objetivo de incriminar grupos revolucionários de esquerda para sabotar a redemocratização do País.
Ao fim da exibição, Da-Rin, ex-militante da Ditadura, chamou Rosa Cardoso, advogada que o acompanha desde que foi preso pela primeira vez, em 1960 (a segunda foi uma década depois, pelos seus atos contra a Ditadura): “Com tudo que estamos passando hoje, o filme torna-se muito atual”, disse a advogada, que ainda fez uma referência ao assassinato de Marielle Franco, comparando-o à Missão 115 (que só foi solucionada muitos anos depois) com o caso da vereadora, que, depois de um mês, continua sem solução.