Os ativistas pelos direitos animais não poderiam estar mais felizes. Foi sancionada, nessa quarta-feira (18/04), pelo prefeito Paulo Alexandre Barbosa, de Santos (SP), uma lei que proíbe o transporte de cargas vivas na cidade do litoral de São Paulo, em reunião no Palácio José Bonifácio. Na sala lotada, ao som de gritos e aplausos, viam-se várias ONGs, incluindo a Vegetarianismo Ético, Defesa dos Direitos Animais e Sociedade (Veddas), representada por George Guimarães. Ele foi um dos responsáveis pelos protestos e várias ações na Justiça no caso dos 26 mil bois que embarcaram para a Turquia, em fevereiro. “Não sou muito de comemorar. Avalio os acertos e erros já olhando para a próxima etapa, porque o problema ainda é enorme. A sensação é que valeu a pena e acertamos em muitas coisas”, diz George.
Desde dezembro passado, ele entrou com ações para impedir a partida dos bois para a Turquia, mas não recebeu muita atenção do Judiciário. “Conseguimos impedir o embarque e que a Justiça multasse a empresa Minerva Foods – da família Vilela de Queiroz – em R$ 1,5 milhão. Mesmo assim, o navio partiu com aval da Justiça e um recurso da Advocacia-Geral da União (AGU), que intercedeu a pedido do Governo Federal. Sabemos que a empresa tem os políticos e o Poder Executivo no bolso”, explica George, acrescentando que, daqui pra frente, o embarque não pode ser impedido, mas a lei é uma forma de evitar que esses animais cheguem ao porto.
Agora, ele vai focar numa ação mais contundente no Porto de São Sebastião, também em São Paulo. “Essa foi a segunda operação com carga viva no cais santista, em 20 anos. Eles não vivem dessa função. Nosso próximo alvo é o porto de São Sebastião, mas lá está caminhando devagar, porque os portuários dependem dessa atividade, que é uma grande parcela da movimentação por lá.”