Quando vazou o áudio de “Conversas no Porão”, estrelada pelo Presidente e por Joesley Batista, um Temer indignado apareceu na TV protestando contra a respectiva divulgação, alegando que a gravação não poderia ser considerada prova por ter sido vazada, já que era uma invasão de privacidade. Falou em adulterações, requereu perícia e, finalmente, disse que Joesley não tem credibilidade para provar o que quer que seja.
Depois surgiu o áudio da conversa entre o mesmo Joesley e Ricardo Saud. Aí, Temer se lixou para o fato de essa gravação ter sido vazada ou não. Ele a apresenta como prova cabal de “uma conspiração para derrubar o Presidente da República“. Diz que a conversa de ambos é a comprovação de “fatos (que) me convenceram e (que) são incontestáveis”.
Notem bem: ele declara que uma gravação vazada pelos dirigentes da JBS de uma conversa entre ambos o convenceu de “fatos incontestáveis”. Incontestáveis, se e na medida em que possam ser explorados em sua defesa, é óbvio.
Então vem à tona a gravação de Funaro, comprometendo-o. E aí a porca torce o rabo. Trata-se de um “criminoso vazamento produzido por quem pretende insistir na criação de grave crise política no país”. Que não prova nada, que o doleiro é um mentiroso, e por aí vamos.
E, mesmo indefensável, Temer vai se safar.