Quem chegava, nessa quinta (05/10), para a abertura da 19ª edição do Festival do Rio, no Cine Odeon, era recebido por um grupo de protesto, segurando cartazes com frases como “Censura nunca mais” e mais os gritos, já normais para o carioca, de “Fora Temer” e “Fora Crivella”. Mariana Ximenes, apresentadora da noite, levou, inclusive, uma placa para o palco, de onde questionou: “A arte faz parte da nossa identidade como nação, não podemos censurar isso. Vamos regredir?”
Debora Bloch, com a filha Julia Anquier, tirou fotos segurando um dos cartazes. “Estamos vivendo uma fase muito retrógrada e ignorante em relação à arte. O Festival do Rio é um lugar de liberdade e de pensamento muito importante”, disse a atriz.
A diretora do festival Ilda Santiago aproveitou para falar sobre o longa da estreia, o premiado “A Forma da Água”, do mexicano Guillermo Del Toro. “Esse longa fala, antes de tudo, do amor ao diferente. De descobrir a beleza do diferente no outro e o que isso significa”. O filme trata de uma história de amor inusitada entre a zeladora de um laboratório secreto do governo americano, nos anos 60, com uma criatura marinha fantástica, presa no local.
O Festival do Rio conta com mais de 250 filmes exibidos na cidade carioca e em Niterói e, pela primeira vez, vai premiar o vencedor, em parceria com a Petrobras, com uma verba de distribuição. Veja fotos na Galeria.