O que pode ser feito para a imagem de Rodrigo Janot voltar a ser o que era? Nada vai tirar da cabeça de todos o procurador-geral da República em encontro com Pierpaolo Bottini, advogado do empresário Joesley Batista, sentados à mesa num boteco em Brasília, no último fim de semana, um dia depois de decretada a prisão de Joesley Batista e Ricardo Saud.
Ambos confirmaram ter estado juntos no bar, mas afirmaram que o encontro foi casual. Em nota, Janot disse: “Acerca da nota publicada pelo site ‘O Antagonista’, a Procuradoria-Geral da República esclarece que o procurador-geral da República frequenta o local rotineiramente. Não foi tratado qualquer assunto de natureza profissional, apenas amenidades que a boa educação e cordialidade prezam entre duas pessoas que se conhecem por atuar na área jurídica”.
Amenidades que a boa educação e cordialidade prezam? Talvez, neste caso, a ética prezaria no máximo um aceno de cabeça – e olhe lá! Depois de tudo o que houve nos últimos dias, como ninguém esperava nem que Janot conseguisse ir a um bar (num canto, de óculos escuros e com engradados de cerveja em volta), o que todo mundo supunha era que o procurador estivesse em casa, dedicado, pensando nos enormes problemas existentes, já que deixa o cargo no próximo dia 17.
A população merece melhor explicação de Janot, ou vai permanecer atrás de si, ao sair da Procuradoria, a suspeita de uma certa promiscuidade ou até fraude – ele não pode evitar que essas coisas venham aos nossos pensamentos, apesar de livre pra se encontrar com quem quiser. Porém, mais estranho que tudo é o fato de pessoas tão visadas irem sozinhas a um bar em Brasília.