A brasileirada que vive em Paris adorou a vitória de Emmanuel Macron, candidato centrista (com 66% dos votos). Para muitos, um alívio, já que a vitória de Marine Le Pen seria uma ameaça porque poderiam perder a carta de permanência, não ter renovação do visto, de não saber o dia de amanhã, e serem obrigados a voltar pro Brasil, quando até muitos dos que vivem aqui iriam embora se pudessem e inúmeros estão indo mesmo. “Vitória de Le Pen seria uma ameaça permanente”, diz um carioca, em Paris há mais de uma década. “Os imigrantes estariam ferrados; se Le Pen fosse eleita, iria multar toda empresa que empregasse estrangeiro. Não poderiam fazer isso só com os muçulmanos”, diz um mineiro que mora naquele país há mais de duas décadas.
Na realidade, não se sabe quantos brasileiros vivem na França, até porque vários deles estão na ilegalidade. Segundo o IBGE, em 2010, cerca de 17.700 brasileiros residem na França (cifra equivalente a 3,6% do total de brasileiros que vivem no exterior, de acordo com o mesmo recenseamento). As estatísticas oficiais do governo francês, relativas a 2013, apuradas pelo Instituto Nacional de Estatística e Estudos Econômicos da França e usadas pelo Ministério do Interior, reconhece que a comunidade brasileira é composta por 43.383 pessoas, dos quais 22.704 do sexo feminino (52,3%) e 20.678 do sexo masculino (47,7%). Já a Organização Internacional para as Migrações (OIM) indica que o Brasil teria no exterior entre 1 a 3 milhões de emigrantes, dos quais 28.560 estariam na França.
E, pra completar, o consulado do Brasil em Paris deixa claro que “há razões para crer que a população brasileira residente na França é consideravelmente maior do que a apurada pelas estatísticas do IBGE, do INSEE e da OIM. Não importa, a alegria dos brasileiros que moram na França, por escolha, está comemorando. Uns poucos estão lá a contragosto – existe também!