Com o enredo “Quem nunca sentiu o corpo arrepiar ao ver esse rio passar…”, a Portela conquistou seu 22º título no carnaval carioca, segundo o resultado anunciado, nesta quarta-feira (01/03), pela Liesa, depois da apuração das notas no Sambódromo. Mas muitos discordam do que está sendo anunciado, o jejum de campeonato é maior: consideram que são 47 anos sem vencer na Sapucaí, e não 33 anos.
O jornalista e pesquisador Vagner Fernandes explica: “Desde 1970 (com “Lendas e mistérios da Amazônia”), a escola não vence uma disputa sozinha. Em 1984, ela dividiu um título com a Mangueira, que se consagraria supercampeã no sábado de desfiles das campeãs. O regulamento insano da época funcionava assim: domingo tinha uma campeã e segunda, outra. E, no sábado seguinte, a disputa final com a celebração da supercampeã. Portanto, deu Mangueira em 1984″. E não é só Vagner que pensa assim: Tia Surica, da Velha Guarda da escola, também comentou, em entrevista à Globo, que está esperando uma vitória desde 1970.
Com o carnavalesco Paulo Barros, que teve sua quarta vitória no Sambódromo, a escola azul e branca falou, no seu enredo, sobre a influência dos rios na história do homem e sua relação com as águas que alimentam o planeta. O enredo também é autorreferente: aqui e ali o público pôde ver associações da história da Portela com o fluir de um grande rio, que vai recebendo contribuições ao longo da sua trajetória. A metáfora que inspirou o enredo foi tirada do grande sucesso de Paulinho da Viola, “Foi um rio que passou em minha vida”. Vitória mais que merecida: salve o povo de Madureira!