Carol Lobato, figurinista premiada de teatro – os últimos troféus foram pelo figurino da peça “Kiss me Kate”, prêmios Cesgranrio e Reverência, e ela está na disputa pelo APTR com seu trabalho em “Cinderella” – transformou seu atelier em Santa Teresa, temporariamente, numa oficina de carnaval. A primeira motivação surgiu mês passado, quando fez um maiô para sair num bloco e recebeu muitos elogios e pedidos de uma peça igual. Depois, solucionou o problema de uma amiga que queria ir de maiô a um baile pré-carnavalesco, mas estava achando a fantasia muito nua: reuniu fitas metaloides presas num cinto e criou um “tapa-bundinha” – não chega a ser uma saia, porque o volume de fitas está concentrado atrás. Daí para cá, ela e a sócia Tatyane Meyer não pararam de vender esses e outros acessórios, como ombreiras, cabeças, bolsas e golas.
Carol não acha, no entanto, que as mulheres estejam mais recatadas neste carnaval. “O nu está diferente, mais político, as meninas estão tirando as blusas nos blocos para mostrarem que têm o mesmo direito dos homens, não é mais para mostrar o peito, o silicone”, diz. Ainda segundo a figurinista, meninas de seios à mostra, só com purpurina, são mais comuns em blocos antimachistas, como o “Céu na Terra”.