A Caixa Econômica Federal divulga que o penhor movimentou R$ 13,3 bilhões em novos contratos e renovações em 2016, dados recém-divulgados. Esse número é um aumento de 11,4% em relação ao mesmo período de 2015. A maioria talvez nem consiga dimensionar que isso é um reflexo da crise na economia e que, por trás dessa notícia, existem cenas bem doloridas. Ninguém pega joias, assim por diversão, e vai pra fila da CEF aturar aqueles funcionários mal- humorados e, muitas vezes, quase cruéis. Chega a ser perturbador passar algum tempo numa das salas dos penhores: de repente, chegam umas senhorinhas com peças tão singelas e mostram aos avaliadores. Quando ficam sabendo que aquela joia que elas pensaram lhes-salvaria-a-vida, não vale (ali na bucha) praticamente nada; mães com crianças no colo que, ao saber o valor, alegam que é pra comprar remédio. E, ainda, uma bonitona, avisando: “Aumenta aí, moço! Preciso lhe contar: é pra pagar o aluguel. Sou garota de programa; minha vida foi muito atingida por essa porra de crise”, ou “Estou desempregado (atualmente são mais de 12 milhões no País), com filhos pequenos”. Quão dramático! Só resta saber quando os roteiristas vão descobrir que grande filme pode lhes render passar alguns dias de telespectadores nas salas da Caixa, tentando saber o drama que está por trás de cada uma daquelas pessoas!