Novela que já se arrasta desde 2010, pelo menos, o pedido dos paraguaios para que seja devolvido o canhão El Cristiano (O Cristão), apreendido pelos brasileiros durante a Guerra do Paraguai (1864 a 1870), parece estar chegando na sua fase final. Tanto o Ministério da Defesa quanto o das Relações Exteriores estão de acordo em fazer o mais rápido possível a recondução do canhão. O ministro José Serra acha que será “uma agenda positiva” para o governo. Acontece que o Iphan tombou, em 1998, o acervo do Museu Histórico Nacional, onde o El Cristiano está exposto, o que impede a exportação de suas peças. Somente o presidente da República tem autoridade para reverter o tombamento. Lula e Dilma empurraram o problema com a barriga. Agora, sobrou para o Temer.
O historiador Adler Homero Fonseca de Castro lembra que destombar bens é um fato raro no Brasil. Em 1961, Jânio Quadros permitiu que uma casa e uma igreja tombadas, em Campos, no Rio, fossem derrubadas para a construção de uma escola, que acabou não acontecendo – o lugar virou estacionamento.