Irene Singéry, dona da Ilha da Piedade, em Angra, não sabe mais a quem recorrer para ter um pouco de tranquilidade neste verão. Numa só tarde, esta semana, 14 escunas turísticas estavam ancoradas nas proximidades da sua ilha. “As escunas são lindas, mas seus ocupantes não têm o comportamento que se deve ter no mar. São gritos, funks imorais tocando em frente às nossas casas, buzinas disparadas para chamar os passageiros que são deixados nas praias, isso o dia inteiro. Os guias também falam nos seus alto-falantes no volume máximo para anunciar os nomes das ilhas e dos donos conhecidos”.
A socialite teme, inclusive, pela segurança dos visitantes: “Algumas escunas têm dois andares e carregam até 300 passageiros, com somente três marinheiros para dar conta de toda essa gente. Fazem manobras perigosíssimas, com banhistas nadando perto. Não me espantarei se qualquer dia acontecer uma tragédia”. Além da poluição sonora, ela também reclama da novidade deste verão: o churrasquinho preparado na própria escuna, cujo cheiro invade as casas que estão na rota.
Há dois anos Irene tem enviado vídeos para a Marinha, mas, segundo ela, a Capítania dos Portos nada fez. Ela também já protestou junto ao Ministério Público e teve reuniões com a última prefeita de Angra, Conceição Rabha. “É um bordel marítimo, um desrespeito aos ilhéus e moradores que pagam um IPTU e um SPU (nota do site: taxa paga à Secretaria de Patrimônio da União pela ocupação da faixa litorânea) caríssimos.
Veja, abaixo, um dos vídeos que mostram várias escunas atracadas próximas umas das outras: