Nem com um ano phoda como 2016, os brasileiros desistem de ter ânimo para fazer uma árvore de Natal produzida, original, clássica, seja do jeito que for – todo mundo tem a sua. Há muito, as árvores no país deixaram de ter, obrigatoriamente, uma cara europeia, com neve nos galhos e bonequinhos com roupas felpudas de inverno. Mesmo as mais tradicionais, como da fazendeira Aparecida Marinho, adquirem outra personalidade – dá para ver da vidraça, perto da qual ela foi instalada, a delícia do mar e da praia bem cariocas.
A árvore nordestina da empresária Ione Costa mostra a singeleza do sentido do Natal, com seus adereços de palha e chapeuzinhos típicos dos vaqueiros ou do cangaço: uma homenagem a Pernambuco, Estado que ela adora. Essa monocromática é da psicóloga Antonia Galdeano, louca por essa cor em todos os momentos da vida (casou-se vestindo rosa). Já a chef Karen Couto prefere passar longe da tradição, desenhando seus desejos com palavras, até porque, de um momento pro outro, tudo pode mudar. Nossas convidadas pedem paz, amor, amizade, sinceridade, fé….Acrescido a isso, um desejo a mais de Aparecida: ver uma implosão da ciclovia (que tantos desgostos já trouxe ao Rio) para os cariocas terem aquela linda vista de volta no ano que vem.
O azul infinito do mar segue inabalado, esperando que, em 2017, ninguém consiga mudar isso – pelo menos isso.