A Bienal precisou chegar na sua 32ª edição para apresentar a sua melhor obra. Está no Mezanino do prédio e você precisa ir lá conferir. O delicioso restaurante é, de fato, coerente com a proposta do evento este ano e com o momento atual do planeta. Jorge Menna Barreto levanta a questão do impacto ambiental de forma interativa, sensorial e quase subliminar. Dessa forma, é possível perceber e, mais do que isso, efetivamente acreditar e apoiar o ativismo alimentar e a consciência contextual entre o artístico e ambiental, tão intimamente conectados, a partir da fusão da agroecologia com a arte.
Duvido que alguém que tenha passado e consumido algo por lá tenha saído indiferente. A nossa relação com a alimentação é exposta e não imposta. A mudança de paradigma é sugerida. A experiência de se alimentar sem estar tratando o corpo como depósito de lixo, isto é, lixeira, acontece naturalmente. O Restauro propōe o resgate da relação com a terra como o principio de tudo, inclusive da nossa própria digestão. Você sabia que a atividade agropecuária é a atividade humana de maior impacto ambiental no planeta? Por isso, vamos nos restaurar – no sentido real da palavra que deu origem à palavra restaurante, junto com a natureza, em unidade e determinando o que as indústrias devem oferecer ao consumidor – nós temos esse poder, o nosso consumo funciona como freio ou estímulo de alimentos ou produtos sem valor nutritivo que são disponibilizados nas prateleiras.
O Restauro conta com o apoio de uma Escola de ecogastronomia “Como Como“, de Marcos Wasem, do Grupo Inteiro e de uma rede de agrofloresteiros – que usam recursos da própria floresta para a sua auto-recuperação e regeneração, e da Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo. Encontros semanais com o público estão sendo promovidos com o objetivo de aproximar o produtor do consumidor. É a partir dessa proximidade que restabelecemos a nossa relação com a terra, e, por incrível que pareça, com nós mesmos (nosso Ser superior).
No cardápio, rico em opçōes do reino vegetal que respeitam a sazonalidade, sementes de girassol, linhaça, gergelim e etc., castanhas do pará, baru e outras, germinados, grãos, leguminosas (feijōes e etc.). A oferta proposta pela fada madrinha Neka Menna Barreto e a escola Como Como vai muito além do que suprir desejos pessoais por esse ou aquele produto. Trata-se de proporcionar felicidade, de estimular o ‘despertar’ das suas células e dos seus sensores a vibrarem emoçōes e sentimentos mais positivos. Com respeito e englobando tudo o que está envolvido no processo.
A maioria dos pratos são servidos em potes de vidro reciclados, a decoração é composta de plantas e sementes (se você perguntar, todos os atendentes/educadores saberão informar quais são) e ingredientes e é possível degustar o alimento desfrutando ao som das Agroflorestas (fones de ouvido) e as bandejas são aquelas de feira com papéis que serão reciclados.
Quantidades justas, em camadas de acordo com o tipo de alimento e na medida para nutrir e estimular ainda mais o seu apetite por algo que possa te acrescentar maravilhas, como a arte, por exemplo.
Vá a Bienal alimentar-se!
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Bienal
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