Bruno de Luca já apresentou o Vídeo Show, trabalhou no Caldeirão do Huck, Domingão do Faustão e Big Brother Brasil, além de ter participado de filmes, novelas e séries. Há 10 anos está à frente do programa “Vai pra Onde?”, no Multishow, onde começa nova temporada quarta-feira (21/09). O paulista de 34 anos percorreu, com a atração, seis continentes, 37 países e 140 cidades. Com a retomada das relações diplomáticas entre Cuba e EUA, Bruno não poderia deixar de fora do roteiro o país de Raúl Castro. E é com Cuba que ele começa a 11ª temporada do programa: “O povo é muito acolhedor e tudo é diferente. O que mais me surpreendeu nessa experiência foi ficar sem internet por tanto tempo. Lá tem alguns pontos de sinal, então ficava um aglomerado em frente ao supermercado, por exemplo”, recorda. Além dos pontos históricos e turísticos de praxe, o apresentador encontrou personagens como Ernesto Guevara, filho mais novo de Che Gueara, dono de uma agência que promove viagens de moto.
“Eu tenho muito orgulho do programa, porque comecei sozinho com uma câmera e tento não passar para o telespectador um conteúdo vazio. Eu vivo mesmo a viagem, me filmo de ressaca e mostro todas as experiências no geral”, explica. Bem humorado, o apresentador também está lançando seu canal no YouTube, com vídeos curtos que falam sobre dicas de lugares ao redor do mundo. Além das informações úteis, Bruno explora o “lado comédia”, abordando temas como o lugar mais sujo, o tour mais sem graça, a situação mais constrangedora, entre outras categorias.
Ele também é dono de bar em Ipanema, o Barzin, de sua própria produtora e sócio de uma startup, a Trippics, rede social voltada exclusivamente para viagens. E Bruno ainda acha que sua carreira de empreendedor está só começando.
Como se divertem os jovens em Cuba? Quais são as opções para sair à noite ?
“Os jovens, em Cuba, se divertem nos muitos parques públicos. Isso é uma coisa bem diferente, porque eles têm muitas quadras, o governo investe bastante em esporte. Cinemas também. E muitas baladas, muitas festas, muitas danças de rua, muitos artistas de rua. Tem o Malecón, por exemplo, em Havana, que é como se fosse um grande calçadão de Copacabana aqui no Rio, que eles ficam dançando e curtindo. Como não tem criminalidade, eles ficam muito na rua, sabe? Então é forte essa coisa da música, da dança, coisas deles que são bem culturais”.
Em matéria de sexo, o que você conseguiu descobrir sobre o comportamento local?
“Eles são bem liberais em relação ao sexo. Pelo que vi, pelo que eu conversei com as pessoas e entrevistei, é muito normal as meninas levarem seus namorados pra dormir em casa. Eles não têm muito pudor, não. São bem ‘pra frente’ (risos). São supersexuais”.
Há um tempo atrás, turistas contavam que eram assediados por cubanos, principalmente os que trabalham em hotéis, em busca de gorjetas em dólares e de produtos de tecnologia. Você vivenciou alguma experiência assim?
“Eles têm muita curiosidade em relação ao mundo, ao que vem de fora. Agora, com a abertura do comércio, que tá cada vez aumentando, eles ficam curiosos, querem gorjetas. Tem essa coisa forte do socialismo, mas eles estão muito abertos, querem dinheiro. Eu senti que você fica em uma relação de amor e ódio. Tem horas que você ama essa ideia do socialismo de serem todos iguais, mas, ao mesmo tempo, eles querem se dar bem, estão desesperados por um pouco mais. Eles veem que o mundo não é aquela ilusão que eles pensavam que fosse, que tem muita injustiça nessa utopia que viveram até agora. Eles viram que não é tão fácil viver no socialismo”.
A burocracia e a censura do governo ainda são muito fortes? Sua equipe passou por algum contratempo nesse sentido?
“Tudo no país gira em torno do que é permitido ou não pelo governo. Para gravar, tínhamos uma guia que, muitas vezes, nos repreendia quando fazíamos determinadas perguntas durante as entrevistas. Ela nos corrigia em coisas que falávamos nas gravações. Foi bem difícil, porque muita coisa não pode ser dita, assuntos que pra nós seriam uma coisa natural, mas que lá vão contra as regras do governo. Essa guia, por exemplo, não podia comer em determinados restaurante que íamos, somente os autorizados pelo governo. Perguntei se ela não sentia falta do acesso à internet, até para o próprio trabalho, e ela contou que não, porque tinha uma enciclopédia que o governo dava pra que ela estudasse e isso, pra ela, bastava. Ou seja, ela confia 100% nas informações que o governo dá. Não há a menor curiosidade ou questionamento em relação às infos que ela recebe. Eu não podia fazer nenhuma pergunta diferente, não podia perguntar se as pessoas eram felizes, que ela não gostava desse tipo de pergunta. Demoramos mais de seis meses pra conseguir o visto de jornalismo, pra ficar com tudo certinho. Foi muita burocracia”.
Os cubanos ainda acompanham as novelas brasileiras? Eles estão melhor informados sobre o que se passa no Brasil?
“A grande paixão dos cubanos são as novelas brasileiras. Eles gostam mais do que futebol! Quando você fala que é brasileiro, a primeira coisa que eles comentam é ‘a mí, me encantan las novelas brasileñas!'”
As praias de lá fazem concorrências às praias do Rio? Qual é a comida ou bebida que você recomendaria?
“Não dá pra competir. São lindíssimas sim, são caribenhas. Cada praia tem sua beleza. Mas eu não troco as praias brasileiras por nenhuma outra no mundo.Eu gostei muito da culinária de lá, eles comem muito peixe, camarão, lagosta, carne de porco e banana frita. Tem uns pratos bem típicos chamados ropa vieja e o arroz moros, são muito bons. De bebida, gostei muito do mojito e do rum, que é tradicional.”