O presidente Michel Temer, que está na China, para onde embarcou na noite dessa quarta-feira (31/08), para participar do encontro do G-20, passou quase 30 horas no avião presidencial (um Airbus A319), com os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e das Relações Exteriores, José Serra, e o presidente do Senado, Renan Calheiros. Por mais que Temer tenha saído do Brasil meio engasgado com Calheiros – depois de ter sido surpreendido com a decisão do Senado Federal de analisar separadamente a inabilitação da ex-Presidente Dilma a cargos públicos, durante o processo de Impeachment -, dividir com Renan o mesmo e pequeno ambiente no Céu deu muito bem tempo de esclarecer todos os assuntos complicados da Terra. Ainda mais se levado em conta que, estando no ar, todo mundo, até o mais valente dos homens, fica mais vulnerável (por mais que digam que não). Ambos, pelas caras mostradas na TV depois do desembarque, pareciam com as expressões apaziguadas – se é que algum fato, seja ele qual for, mexeria de verdade com seus estados de espírito. O avião tem uma suíte, onde Temer pode ficar sozinho pelo tempo que bem quiser, mas não há como não estreitar os laços, digamos assim. Ali, todos estão nas mãos dos pilotos e do inesperado. De todo jeito, mesmo na intimidade da aeronave, certamente um fato mudou não só pra eles: ao ouvir falar em “fatiar”, a maioria dos brasileiros se lembrava de uma boa picanha. Ou alguém pensou que uma lei da Constituição pudesse chegar ao ponto de ser fatiada?