“Feira não rima com férias, mas, para mim, é quase isso. Até porque é composta por um ‘livre’: feira livre. E se a feira cai numa sexta (feira) como aqui, então…Não estou me referindo, necessariamente, à barraca do pastel ou da tapioca.
Haroldo (meu cachorro) ganha cenouras inteiras, tem o vaivém das ripongas da Gávea atrás dos orgânicos e dos hipodrô… (não sei escrever direito isso), madames assistidas por seus choferes e cozinheiras na identificação de acelgas e taiobas. Tudo é colorido, orvalhado, perfumado.
Tem o café coado no pano na barraca do Adilson, os peixes do Ayrton, as Carolinas e seus bolos, crumbles e cookies incríveis, os donos dos poucos restaurantes locais.
Ninguém usa pen drive, nem sequer calculadora. A feira ainda usa caneta Bic atrás da orelha e bloquinho de papel. Entre uma barraca e outra, alguns carros abandonados por frequentadores da noite de quinta, uma das mais concorridas do Baixo Gávea, e, não raro, um ou outro rapaz largado chapado na grama da praça, ao lado de uma guimba ou de uma camisinha.
Além de tudo isso, há um chafariz. E nada parece mais feliz do que um chafariz. Um chafariz no meio de uma feira. Livre”.