Até o caso do assalto aos nadadores (assalto falso, como sabido), que era pra ser contra a Olimpíada, virou a favor. Os estrangeiros pareciam sedentos para falar mal dos Jogos Rio 2016. Estava tudo pronto: na cabeça, no desejo, na ponta da língua; só faltava puxar o gatilho. E assim foi feito: detonaram. No dia seguinte, tudo mudou – precisaram voltar atrás e se retratar. O assalto foi uma fantasia de Ryan Lochte. Os dias passando… Cadê o que não iria funcionar? Cadê a frase “Imagina na Olimpíada!”?, como que desdenhando, usada por aqueles do contra? Pra coroar, a seleção ganhou o ouro inédito – o futebol tem grande poder sobre o espírito brasileiro. A tempestade esperou para o último momento, depois dos mais lindos dias na cidade. A chuva só chegou no encerramento, lavando tudo.
Mas tem reclamação, sim. Como disse uma telespectadora, no meio de um grupo que se reuniu em Ipanema para ver a festa que acontecia no Maracanã: “Tenho uma queixa dessa Olimpíada”, exatamente na hora em que apareceu na tela Eduardo Paes entregando a Bandeira Olímpica à governadora de Tóquio, Yuriko Koike, que vai sediar os Jogos de 2020. Todos olharam pra ela, esperando a reclamação. E ouviram: “O prefeito está muito gordo”. Sim, engordou mais de 15 quilos nos últimos meses, pela dedicação à organização do evento. Não teve tempo de se cuidar; segundo consta, comia mal, dormia mal… mas, no final, saiu-se muito bem.
A Olimpíada elevou o conceito do Rio, cujo principal participante foi a própria cidade. É pra nadar de braçada! O “legado” (não aguento essa palavra, já cansada, coitada, usada à exaustão), como metrô, Praça Mauá etc., é o que vemos. No entanto, tem ainda aquele que não estamos vendo, cheirando, pegando, mas sentindo. Você sabe do que estou falando.
Sobre a volta à realidade? Aí já é tema para outro artigo!