Sem a presença da imprensa e sem discursos, o presidente em exercício Michel Temer deu posse na tarde desta quinta-feira (09/06), no Palácio do Planalto, ao novo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, numa cerimônia simples e discreta, a pedido do próprio Ilan. Discreto, aliás, é também o estilo de vida do economista, que nasceu em Israel e só veio para o Rio com 10 anos de idade.
Quando ele foi indicado por Temer, a imprensa de Israel deu destaque à sua origem. O site Ynet chegou a escrever que Ilan é um “orgulho israelense”. “Ele fala hebraico fluentemente. Tem família em Israel e costuma visitar o país”, destacou a reportagem. O jornal Times of Israel comentou que a nomeação de Goldfajn seria uma indicação de que Temer é “amigo da comunidade judaica”.
Uma amiga de adolescência do economista, que frequentava com ele um grupo de jovens judeus, lembra que ele era “bonitinho, alto e magro, calmo e divertido”. Foi nesse mesmo grupo que ele conheceu a mulher, a psicanalista Denise Goldfajn, muito respeitada em São Paulo, onde é colaboradora do Laboratório de Pesquisas e Intervenções em Psicanálise do Departamento de Psicologia Clínica da USP. O casal tem três filhos. Mais tarde, essa mesma amiga de juventude encontrou com Ilan em Washington, quando ele estava no FMI: “Foram encontros breves, em casas de amigos, mas ele continuava muito suave e simpático”.
Na sabatina no Senado, Goldfajn disse que vai trazer a inflação para a meta, isto é, vai reduzir o custo de vida para uma taxa de 4,5%. No acumulado de 12 meses até abril, esse índice estava em 9,28%. Com isso, disse esperar beneficiar todas as camadas sociais: “Especialmente as menos favorecidas, que sofrem mais com a perda do poder de compra da moeda”.
Ilan fez mestrado em economia pela PUC-Rio e doutorado nos EUA, no Massachusetts Institute of Technology. Foi consultor do Banco Mundial, do FMI e das Nações Unidas, sócio da Gávea Investimentos, sócio-fundador e gestor da Ciano Investimentos, e por último, economista-chefe e sócio do Itaú Unibanco.