Com direção de Inez Viana, adaptação do romance homônimo de Marguerite Yourcenar ganha sua primeira montagem no Brasil.
Certa vez, li o maior romance de todos os tempos: “Memórias de Adriano“, obra-prima a partir do seu relacionamento com a paixão de sua vida, um jovem lindo. Com base nessa premissa, Felipe Lima desenvolve um projeto, com adaptação de Tereza Falcão e direção de Inez Viana: o monólogo “Memórias de Adriano”, que traz o ator Luciano Chirolli no papel do imperador romano.
Uma banheira é o leito de Adriano, de onde ele se levanta para desenvolver o diálogo imaginário. É poder, é Roma, é amor, é futuro, é passado. É que ser quer. O que não se quer. O passado se transforma em futuro na movimentação de Luciano, com o andar forte e de peito aberto. A voz pausada, cadenciada com o tom que imaginamos para um imperador.
“Me apaixonei pelo texto de primeira. Corri para a Gallimard para comprar os direitos. E veio a pergunta: como reduzir 359 páginas de um romance clássico escrito em 1950 e transformar em teatro?”, lembra Felipe. “Tereza Falcão conseguiu pegar o cerne do livro e fazer uma belíssima adaptação”, destaca o idealizador.
Ao fundo, está Marcelo H e sua guitarra, com as músicas de hoje, para mostrar de que maneira o tempo não é um limitador, sobretudo em uma narrativa em que a questão do tempo é fundamental. O destinatário da carta de Adriano é o futuro imperador Marco Aurélio. Adriano quer lhe deixar um legado: a paixão é o que nos move. E consegue.
Serviço
Sexta e sábado, às 19h.
Domingo, às 18h.
Espaço Sesc (Sala Multiuso)