Apesar de vários garçons, falta treinamento. Os pratos ficaram prontos, e a água e as outras bebidas nem pensavam em chegar. Faz tempo que não tenho uma experiência desse calibre em um estabelecimento. Sinto muita tristeza em relatar porque sei o trabalho intenso que um restaurante exige. Contudo é uma pena que um ambiente tão agradável e aconchegante hospede uma proposta tão mal- executada.
Os frangos orgânicos, carros-chefes da casa, elaborados no girarrosto – técnica italiana, que aqui seria o espeto giratório -, lembram aquelas “televisões de cachorro” da padaria Rio-Lisboa. E outros estavam secos, apesar de a pele ter formado uma casquinha ligeiramente crocante. Os molhos que acompanham são creme ao brandy e chimichurri; eu provei o de mostarda com mel e tomilho: sofrível. Nunca pensei tal possibilidade de três ingredientes excelentes resultarem em algo tão ruim, a menos que tenham utilizado os piores mel e mostarda do mundo, ou terem errado muito na proporção.
A massa com molho de tomate, um dos acompanhamentos sugeridos para o frango, poderia fazer qualquer italiano que se preze morrer de vergonha. Mamma mia! O que não entendo é que quem montou o cardápio e um dos sócios são italianos. O molho de tomate nem sequer era feito com pomodori pelati – parecia um purê de tomate repleto de acidez e textura indescritível. A massa? Longe de estar aldente! A abobrinha, aperitivo, está conversando comigo até agora. O pão do couvert parecia “reciclado”. A única justificativa para tanto equívoco me parece ser a matéria-prima e economia com os produtos – un peccato.
Prefiro me abster de comentar algo mais, a não ser a saudade da antiga Petits Fours, lojinha de doces de 1971, tradicionalíssima e deliciosa, que ocupava o local ao lado da Pizzaria Guanabara. Adieu…
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