Só quem passou pelo perrengue de ficar menstruada e não ter um absorvente sabe o que é esse constrangimento. Desde abril, começou a se espalhar por Pernambuco a ideia da estudante de design Manu Marinho, que deixou no banheiro da UFPE uma caixinha com alguns absorventes e a plaquinha: “Pegue um, caso precise. Deixe um, se estiver sobrando”.
Essa rede de apoio feminino já chegou ao Rio, entre as alunas da Unirio e da Facha. No Liceu Franco-Brasileiro, em Laranjeiras, as estudantes incluíram outros itens de higiene, como pasta de dente e fio dental.
O Centro Educacional da Lagoa acabou de aderir, distribuindo cestos em todos os banheiros femininos das unidades da Barra, Zona Sul e Zona Norte. “Reconhecer que não está só ou que o ‘tudo acontece só comigo’ não existe é muito importante e contribui para afastar fantasmas da ansiedade, solidão, estresse e até pensamentos depressivos”, diz Dulce Guimarães, coordenadora do CEL. “E é uma forma de trabalhar valores fora da sala de aula”, acrescenta.