A jornalista Babi Souza voltava de ônibus, à noite, para casa, em Porto Alegre, quando sentiu medo ao atravessar uma rua escura. Ao olhar em volta, viu várias mulheres que caminhavam também apreensivas. “E se fossem todas juntas?”, pensou. Em pouco tempo, Babi criava nas redes sociais, o “Vamos juntas?”, movimento que surgiu em julho do ano passado e já tem mais de 326 mil seguidores no Facebook.
Ela está lançando, nesta terça-feira (22/03), na Travessa de Botafogo, o livro “Vamos juntas? – O guia da sororidade para todas”, que traz depoimentos e defende a ideia de que a união é a melhor saída para as mulheres contra o machismo e a violência sexual. Sororidade, aliás, quer dizer irmandade entre mulheres.
“A crença de que não temos capacidade de ser gentis umas com as outras e que somos naturalmente rivais é apenas resultado de um discurso que nos enfraquece” continua a autora, que diz já ter ouvido de uma ex-chefe o comentário – “Nossa, você deve ter uma autoestima muito boa para contratar tantas mulheres”. “Esse é um exemplo perfeito de como ajudar a manter cada vez mais homens no poder”, continua Babi. “Eu sinto que as cariocas são bastante abertas à ideia da sororidade. Sinto que são mais próximas. Tanto que o Rio é a segunda cidade que mais curte a página’, afirma.
O livro tem prefácio escrito por Márcia Tiburi e orelha por Juliana Faria, do Think Olga.