Aí começa a aparecer no Facebook. Você ouve aqui e acolá. Já viu “O Narrador”? É um texto baseado no texto de Walter Benjamin. É um moleque novo. Vai ver. É demais. Não perde. Está “sold out”, como se diz no grande país irmão. Aí você consegue. Chega lá. Uma cadeira, um boneco. Uma trilha sonora. Um jovem, frágil, quietinho, com ar matreiro, como se diz em Minas. Microfone e folhas soltas.
Quando Diogo Liberano começa a ler o seu texto (isso mesmo, o texto é lido) para marcar essa possibilidade inexistente de haver um autor e um leitor, pois quando lemos viramos coautores de qualquer e todo texto, você chega para frente e começa a ouvir a história, com o mesmo entusiasmo, atenção e emoção como quando ouvia sua mãe contar os “Sete Anões”.
E como Diogo mesmo define: “Minha maior influência é o desejo. É aquilo que desejo. Crio a partir das minhas intuições e desejos mais profundos. Sempre foi assim e, cada vez mais, aguço ainda mais a minha capacidade de ouvir não só meus desejos como também o de todos os criadores com os quais estou envolvido. Trabalho a partir do desejo para abrir e movimentar mais e mais desejos. Não sou norteado por artistas nem por obras. É muito difícil para mim, encontrar uma referência, um artista que me parece modelo para alguma coisa. E isso não pode ser confundido com desinteresse meu; pelo contrário, apenas acredito que, para que uma criação possa nascer, ela precise vir de um lugar ou sensação inomináveis. Por isso, o desejo, a intuição, o arrepio… Isso tudo me influencia enormemente.”
A história é o rito de passagem. Mudar de cidade, novos amigos, velhos passados, as mesmas angústias que te perseguem, os mesmos impasses que se resolvem. A luz e a música te envolvem, e a voz fingidamente monocórdica desenvolve a empatia entre palco e plateia. Cai a quarta parede, desaba, desmonta, desmorona. Somos um só.
Serviço:
Centro Cultural da Justiça Federal
Quartas e Quintas às 19 h