Lula vai ocupar a Casa Civil no lugar de Jaques Wagner, que vai para a chefia de Gabinete, como acaba de ser divulgado. Ele não aceitou ser ministro – ele “escolheu” ser Ministro. A chegada do ex-presidente ao governo neste momento é um amparo, um colo, um aconchego para uma Dilma cansada, vulnerável, esgotada (pior ainda, sem nem o marqueteiro João Santana, sempre um apoio, preso na Lava Jato). A presidente não aguenta mais nem um sopro. E, de uma hora pra outra, surge assim seu padrinho e amigo, com toda vontade, precisando desse cargo. Com sua entrada no governo, Lula passa a ter foro privilegiado. Com isso, ele vai ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) – e não mais pelo juiz Sérgio Moro – pelos crimes na 24ª fase da Operação Lava Jato, na qual o petista está sendo investigado pelas reformas no tríplex do Guarujá feitas pela construtora OAS; ocultação de propriedades no nome de terceiros – dois sítios de Atibaia que teriam sido comprados em 2010; e pagamentos feitos pelas construtoras envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras para a LILS Palestras e o Instituto Lula. Lula, agora ministro, terá voz ativa no governo, poder de decisão outorgado pela presidente. Dilma será apenas uma participante. Debilitada, ela passa a coadjuvante travestida de atriz principal desse filme do qual ainda não sabemos o final. Alguns brasileiros não querem admitir, mas, a partir de hoje, o Brasil tem um novo Presidente: Luiz Inácio Lula da Silva.