A morte da arquiteta Zaha Hadid, considerada uma das maiores do mundo, nesta quinta-feira (31/03), não vai comprometer a finalização do Casa Atlântica, primeiro projeto dela na América do Sul, do empresário Omar (Catito) Peres. O residencial vai ser lançado em julho e ficará pronto em 2018. Zaha, que nasceu em Bagdá, tinha 65 anos. Internada num hospital em Miami, por causa de uma bronquite, teve um ataque cardíaco e não resistiu.
A iraquiana foi a primeira mulher a vencer o mais importante prêmio de arquitetura, o Pritzker, em 2004, e foi responsável pelos projetos da Opera House de Guangzhou, na China, e o Centro Aquático dos Jogos Olímpicos de Londres, dentre outras obras inovadoras espalhadas pelo mundo.
Ainda em 2016, ganhou a Riba Gold Medal, o maior prêmio de arquitetura do Reino Unido, pelo conjunto de sua obra, mas seu currículo é repleto de outras distinções, como o Commandeur de l’Ordre des Arts et des Lettres da França, o Praemium Imperiale do Japão, e o título de Dame Commander of the Order of the British Empire. Peter Cook, respeitado arquiteto inglês, falou sobre o trabalho dela, frequentemente chamado de arquitetura fluida: “ Por três décadas, ela se aventurou por onde poucos ousariam ir: se Paul Klee faz um passeio com uma linha, então Zaha pega as superfícies que foram conduzidas por aquela linha e as leva para uma dança virtual e então, habilmente, as dobra e as leva para fora, para uma jornada pelo espaço”.
Segundo Catito,”era uma mulher de temperamento muito forte, muito rígida com seus funcionários e não relaxava um minuto, mas, para mim, foi uma experiência maravilhosa ter conhecido essa artista e escultora de prédios”. O empresário conta que ela adorava Oscar Niemeyer. “Considero esse prédio um presente para o Brasil, já que é a primeira obra de Zaha na América do Sul e no último terreno disponível na Avenida Atlântica”, conclui.