O conhecido fotógrafo Frederico Mendes, que há anos tem registrado o carnaval para jornais e revistas, encontrou o personagem ideal para o livro em que está clicando a folia carioca de um ponto de vista artístico. Gazelle Paulo, um comissário de bordo que há anos mora em Nova York, onde se tornou figura conhecida na noite e entre os artistas alternativos, foi fotografado por Frederico no Gala Gay, no Scala.
Gazelle já foi tema de um documentário, “Gazelle, the Love Issue”, de Cesar Terranova, apresentado no Festival Gay de Cinema do Rio, ano passado, e vencedor do Coelho de Ouro no Festival Mix Brasil, de São Paulo. Quando ainda nem Facebook nem Orkut existiam, Gazelle publicava suas “montações”, suas produções visuais com roupas excêntricas, no Fotolog.
“Já fiz muito na noite de Nova York, onde comecei trabalhando como recepcionista na porta do antigo Crobar e produzi a revista ‘Gazelland’, que retratava bem essa cena artística de vanguarda. Eram os FreakChics, muito bem antes de Lady Gaga, que levou esse estilo para a mídia mundial”, conta Gazelle, que nunca repete uma roupa, nem se considera apenas uma drag queen. “Uso a moda e o bom humor como veículo para mexer com os sentimentos das pessoas, é uma linguagem muito pessoal, que me deixa em sintonia com a existência entre o belo e o grotesco, onde a imperfeição torna-se perfeita”, diz o artista visual.
No Gala Gay, Gazelle quis passar a ideia de uma “Borboleta rainha”: usou vestido e sapato feitos pelo artista nova-iorquino Scooter LaForge, cabeça do designer Vinicius Ribeiro e acessórios do grego Pericles Kondylatos. O livro de Frederico vai ser lançado este ano, pela editora Barléu.