Barca dos Corações Partidos faz um “Auê”
A primeira coisa que nos vem à cabeça é a canção de Rita Lee: “Desculpe o Auê”. E essa lembrança é o que faz gostar ainda mais de um espetáculo que pretende, na melhor tradição nordestina, fazer uma enorme ciranda na qual todos os participantes se juntam e se revezam como cantores, poetas, trovadores, músicos, dançarinos e intérpretes. Assim é o Auê da companhia Barca dos Corações Partidos.
O elenco foi formado das superbem-sucedidas montagens de “Gonzagão – A Lenda” e “Ópera do Malandro“. Gonzagão, o melhor de todos os musicais dessa nova safra, é o embrião de espetáculo que mistura tudo e muito de teatro, dança, performance e muita música. O processo coletivo de criação com a diretora Duda Maia redunda em um conjunto de 21 peças autorais, desde cordel, toada até samba-canção para cantar as desditas do amor.
“As canções são altamente teatrais, e a companhia já tem uma ligação muito forte, uma identidade. O desafio foi potencializar este encontro e integrar os instrumentos ao que acontece em cena. Brincamos ao falar que eles ‘vestem’ os instrumentos. Não é simplesmente pegar o instrumento e tocar, não é um show. A ideia é que tudo aconteça de forma natural, integrada à cena”, explica Duda, que ressalta o intenso trabalho corporal (“não se deve confundir com força ou vigor”) do grupo.
O elenco masculino vai muito além do homogêneo. Os atores da Barca – Adren Alves, Alfredo Del Penho, Beto Lemos, Eduardo Rios, Fábio Enriquez, Renato Luciano, Ricca Barros — são todos acima do quadrinômio ator/músico/dançarino/autor. Eles provocam momentos de muito entusiasmo, empolgação, empatia. E, ao final, pedem para entrar no financiamento coletivo. “www.benfeitoria.com.br/aue” .Vamos todos fazer esse Auê por muito mais tempo.
SERVIÇO:
Sábado às 20h30
Domingo, às 19h
Espaço Sesc (Arena)