A menos de um mês para a festa de Iemanjá na praia do Arpoador – o dia do orixá é 2 de fevereiro – o organizador William Vorhees está preocupado com aquela que vai ser a 14ª edição do evento. Pela primeira vez, as pessoas que geralmente doam alguma coisa ainda não se manifestaram. “Preciso de dinheiro para encomendar as camisetas, que são vendidas para pagar a despesa maior. Já estou até ficando desanimado”, diz.
A festa costuma reunir de cinco a 10 mil pessoas e custa em torno de R$ 10 mil – “mas, isso, eu tomando a dianteira de tudo, indo em Vista Alegre encomendar o barco, que é biodegradável, a São João de Meriti para comprar as oferendas, que também são sustentáveis, e me responsabilizando pela compra das flores na Cadeg”, conta William.
Por pouco o produtor não ficou no prejuízo ano passado, como já aconteceu em outros anos. O artista Vik Muniz doou um quadro para a festa dos 450 anos do Rio também feita por Vorhees, que leiloou a tela e conseguiu pagar as dívidas das duas festas.
“O que me chateia é ver que, quem mais se beneficia da festa, não colabora. Tem muita grife de moda jurando amor ao Rio, mas só sabe chupar a imagem da cidade. Depois do evento ter acontecido é que se manifestam, sempre dizendo que podiam ter ajudado, que têm um setor só para isso na sua empresa etc.”
A homenagem a Iemanjá vai ter 16 rainhas (em alusão ao ano de 2016) da terra, meninas escolhidas por indicação de conhecidos, que vão levar o barco de oferendas até as margens do Arpoador. “Sou devoto, mas Iemanjá é uma entidade que é simpática a todos, tenho amigos judeus que adoram a festa”, finaliza.