O editor da Matrix, Paulo Tadeu, coloca no correio, esta terça-feira (12/01), livros para um detento da penitenciária de Araraquara, em São Paulo. Paulo se comoveu com uma carta de um rapaz de 30 anos, que ainda tem dois anos para cumprir de uma pena de seis anos e nove meses por tráfico de drogas – crime que ele praticou, explica na carta, levado pelo vício, do qual já se curou. “Minha ansiedade em ler bons livros é muito grande “, diz o presidiário, acrescentando que a leitura o ajudaria a se desenvolver como pessoa e aprender mais sobre poesia.
Ele pede, especialmente, que o editor mande “Anthony Steffen, a saga do brasileiro que se tornou astro do bangue-bangue à italiana”, que era de um colega de cela removido para outra prisão, e “Bem-vindo ao inferno”, escrito por Vana Lopes. Sobre o último, ele conta que outros detentos também querem ler “o compêndio dessa mulher de fibra que teve a coragem de lutar e ajudar a prender esse médico monstro e seviciador de mulheres” – o médico Roger Abdelmassih.
O mesmo rapaz diz que não há biblioteca na prisão de Araraquara e que ele aceita livros usados, sem capa e até com defeitos de impressão, “contanto que os textos estejam intactos”.