O Natal caía numa data, mas, de certo tempo pra cá, cai praticamente num mês inteiro. As novas famílias com os-meus-os-seus-os-nossos fazem festas em datas diferentes. Amiga da coluna, por exemplo, tem que ir a cinco delas: da atual família do pai, da atual família da mãe, da atual família do sogro, da atual família da sogra e, claro, da família dela com os dois adolescentes. A pessoa passa o mês inteiro de peru em peru, de rabanada em rabanada, sem esquecer os presentes — ponto mais importante entre todos, já que muitos nem sabem o que é o Natal em si.
A data em que é comemorada o nascimento de Jesus Cristo virou um evento econômico — para inúmeras pessoas não passa disso. E é assim, mesmo com o movimento considerado fraquíssimo pelos lojistas, com o aumento do endividamento das famílias brasileiras de 59,3%, em dezembro de 2014, para 61% neste dezembro, segundo a CNC; o dólar a R$ 4; e a previsão de queda do PIB para 3,7% em 2015.
Quais seriam as respostas para as seguintes perguntas: “Você gosta da lista de Natal?”, “Você tem pena do Papai Noel com aquele figurino de inverno?”, “Você gosta de ir aos shoppings lotados?”, “Você acha que Papai Noel gosta do Natal?”
Já que tanto se fala em crise, sugiro que hoje você faça alguma coisa só pelo seu prazer: uma declaração de amor meio entalada (seja pra quem for), comer o que tiver vontade (sem lembrar de caloria), beber algumas doses (sem pensar em nada), ou melhor, todas as doses que desejar. E, só pra lembrar, a essência do Natal é o perdão — saca do bolso (ou do coração) a sua listinha e pode começar! Certamente seu ano vai ser melhor!