Às vésperas do novo ano, é impossível não deixar de pensar no futuro. E, nesse caso, no futuro da casa, quais os caminhos. A casa, essa viajante do tempo, tem nos acompanhado como abrigo através de eras. Qual será seu papel num mundo tão populoso, nos grandes centros urbanos, nos espaços apertados e nas diversas camadas sociais?
Como será a dimensão social da arquitetura e onde se situará a moradia? As perguntas não param, e as respostas, nem mesmo para os teóricos e pensadores da arquitetura, são possíveis de ser ditas com certeza. É por isso mesmo que pensar sobre novos caminhos torna-se tão interessante. Para alguns, a ecologia, junto com a sustentabilidade e somada a novas fontes de energia natural, é o único caminho possível. Também acredito nisso com certeza! Mas a casa, como espaço público, é uma opção para os centros urbanos. A ocupação do homem não será apenas na moradia privada, mas também nos espaços externos.
“Eu ocupo”: um forte pensamento da moradia do futuro. Os espaços públicos terão que ser repensados e adaptados para esse homem urbano do futuro. Ele ocupa e se relaciona com espaços fora e dentro de casa. Na verdade, nós e a nossa casa somos “viajantes do tempo”, evoluímos juntos, enfrentando novos desafios e novas ideias. Nossa participação nesse espaço jamais deixou de ser íntima e constante. Sem a moradia, não temos referência, incluindo que a casa tem total importância para a formação de uma sociedade saudável.
Pensar sobre a casa do futuro, novos caminhos, é urgente. Através desse pensamento, podemos criar conceitos para uma sociedade justa e harmônica num planeta extremamente populoso. Nós, no Brasil, infelizmente não elaboramos políticas habitacionais projetadas pro futuro. Nós e a natureza pagamos caro por isso.
Quando chega o fim do ano, esse balanço de erros e acertos torna-se o assunto. Infelizmente! Deveríamos planejar e pensar o futuro antes, muito antes de ele chegar.
Termino com um lindo provérbio chinês: “Se planejamos para daqui a um ano, plantamos arroz; se planejamos para daqui a dez anos, plantamos uma árvore; se planejamos para daqui a 100 anos, preparamos pessoas.”