O advogado carioca Marcos Vidigal de Freitas Crissiuma entrou, nessa quarta-feira (02/12), com o pedido no STF da revogação da prisão de Edson Ribeiro, defensor do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, na Lava Jato. Edson foi preso na sexta-feira (27/11), na mesma operação que prendeu o senador Delcídio do Amaral, o chefe do gabinete do parlamentar, Diogo Ferreira, e o banqueiro André Esteves. Ele foi acusado de tentar manipular uma possível delação premiada de Cerveró e de planejar a fuga de seu cliente, segundo gravação feita às escondidas por Bernardo Cerveró, filho de Nestor.
Marcos assumiu o caso no início da semana, depois que o advogado Bruno Espiñeira abandonou a defesa de Edson: Espiñeira não gostou de ouvir seu nome também citado na gravação e escreveu uma carta de renúncia dizendo que seu cliente tinha uma “característica fanfarrona”.
“Fanfarronice levar alguém à prisão é algo excessivo, o Edson não pode ser punido por palavras”, diz Marcos, para quem não está clara a situação em que a conversa gravada aconteceu. “São afirmações inadequadas, mas nada disso seria executado, uma fuga dessa natureza de um sujeito com uma fisionomia ímpar (Crissiuma se refere ao rosto de Cerveró) seria surreal, assim como a tentativa de romper uma tornozeleira eletrônica. Vamos provar que não é esse o perfil dele”, acrescenta.
Crissiuma diz ainda que Edson colaborou com a justiça, antecipando sua volta de Miami, nos EUA, onde mora sua família, de domingo para a sexta-feira, quando foi levado do aeroporto internacional do Rio direto para Bangu 8. O advogado critica, também, a cela “sem condições para abrigar um advogado”. De acordo com Crissiuma, Edson Ribeiro deveria estar em “sala de Estado Maior, sem grades, sozinho, e com banheiro”.