Vivendo no medo, somos constantemente impulsionados a fazer algo para nossa proteção e para provar nossa qualificação como merecedores de amor, em quaisquer de suas manifestações. Realizamos apenas para demonstrar que somos capazes, e usamos o orgulho para preencher o vazio insuportável da carência.
Desnorteada, a nossa antena de autopreservação fica direcionada à proteção do orgulho (a defesa do orgulho ferido por rejeição é a origem do ressentimento, ou raiva fria, origem de quase todas as doenças), em vez do amor. A única saída do medo, muitas vezes insuportável, é através da raiva que ou projetamos nos outros (julgamos, rejeitamos, castigamos), ou introjetamos (nós nos sabotamos, adoecemos, punimos e vitimizamos); ou, ainda, quando nos sentimos agredidos (medo de que ameacem ou firam nosso orgulho), atacamos para nos defender, explícita ou implicitamente. Escondido sob o disfarce da raiva está o medo. Sempre! A raiva nos impulsiona a realizações com o objetivo de finalmente alcançar o poder como proteção contra a rejeição!
Muitas vezes, exercemos o poder de ser melhor que o outro, de possuir a verdade ou a razão (“Eu não disse?” ou “Eu te avisei”). Sentimos orgulho ao demonstrar a nossa superioridade, a nossa espiritualidade e até a nossa humildade?! Atrás da imagem reluzente de nossas conquistas, está o verdadeiro eu, submerso na culpa de não corresponder ao modelo de perfeição exigido pelos pais, religião, sociedade, cultura…
O sentimento de ser uma eterna fraude nos persegue incessantemente.